domingo, 26 de dezembro de 2010

Santa Felicidade


Ó felicidade, por tantos amada, por outros invejada

Como és formosa com tua justiça, que se faz ao acaso
Teus olhos refletem aquilo que acreditamos querer
Tua voz diz exatamente o que nosso ego anseia ouvir
Serás mesmo Felicidade, ou quem sabe, teu nome é ilusão?

Por não ter tua presença próxima, sabe-se quase nada
Sobre quem és, escuta-se apenas o que se diz com atraso
Através das bocas daqueles que provaram o gosto do teu ser
E sobre o amanhã, que seja o que há de vir
Pois sobre o teu cuidar viver-se-á sem a menor preocupação.


Everson Lima.

domingo, 3 de outubro de 2010

Nós





E nesta fábula da vida real
Os laços se atam, desatam e até se enroscam
Permanecendo intacta neste emaranhado
Apenas a amizade franca e leal

Everson Lima

terça-feira, 22 de junho de 2010

quando o tempo faz toda a diferença


Quero te amar da forma mais simples
Te encontrar no momento exato
Quando o tempo... for tempo de amar

Não te prometo felicidade eterna
Nem tão pouco um amor imediato
Mas tentarei, sempre... teu sorriso conquistar

||

Quis te amar da forma mais simples
Te encontrar no momento exato
Quando o tempo... fosse tempo de amar

Não te prometi felicidade eterna
Nem tão pouco um amor imediato
Mas tentei, sempre... teu sorriso conquistar

Everson Lima

terça-feira, 30 de março de 2010

Confusa Flor




Muito me entristece minha linda Flor

Ver que agora em outros jardins não desabrochas mais

E que sem teu espinho ficas tão frágil

Aos ataques da vida voraz


Muito me entristece minha linda Flor

Saber que hoje o Sol não vai te apreciar

E que sem o calor, antes tão bom

Depressa o frio te alcançará


Muito me entristece minha linda Flor

Ver que o cercado não existe mais

Caiu com tempo por sobre a grama

Solo sagrado do nosso velho amor


Jardins que nascem e outros que morrem

Flores que brotam e outras não

São as estações da vida real

Everson Lima

sexta-feira, 19 de março de 2010

L a c u n a




As palavras não quiseram se expor
Os meus pensamentos entraram em recesso
E com tanta incoerência com a atividade
Até a razão me faltou

Submetido ao silêncio pleno
A demasia foi minha companhia
Em tudo que se pode imaginar
E com tal excesso
Sobreveio a loucura
Linda e pura
Por sobre um artefato de dúvidas

E tal emaranhado de confusões
Me fez não saber explicar
O que outrora me aconteceu
E ouso com palavras dizer
O que nem mesmo a insanidade pronunciou

Por fim, de um sono breve retorna-me a consciência
E a coerência se manifesta com tal incipiência
Surgem então pensamentos e palavras, que juntos se expressam
Agora com tal clareza e beleza
Que me fazem ofegar a possibilidade de viver
Simplesmente feliz.

L a c u n a - Everson Reynods.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010




Eu sei que nem chegou a ser
Entendo que preteria tanta intenção
Era um ideal distante e desejado
Uma impossibilidade desafiada

Foste levada pelo vento
Que soprou em dia de mal contento
E decidiu nos separar
Antes mesmo de nos juntar

Será abstrato lembrar
Daquilo que não existiu
Do que foi apenas na ilusão
Um lapso de sonho entre a realidade

Que seja como for
Que aconteça como será

Quero deixar o tempo passar
E quem sabe poder outra vez me enganar
E te ver de volta no vento que te levou



Everson Reynods.






quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O que o Tempo findou


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O que o Tempo findou
Everson Reynods
É quando percebemos que a vida passou por entre os dedos
Que se foi por entre o tempo
Que se esqueceu no que agora é passado
Tempo que não volta mais
Que nos faz ver como foi embora
Tudo que tínhamos
Tudo que éramos
Sobre a despedida do sol
Vem a chegada da lua
Sobre um escuro de incerteza
Desafiando a tradição
É quando termina que lembramos do início
É quando seca que procuramos como encher
É quando escurece que valorizamos a claridade
Loucos insensatos
Humanos frágeis por cima do tempo
Entrando em suas armadilhas
Morrendo com seus longos passos
E com tudo isso
Observamos nossa insignificância
Tamanha que deixaremos aquilo que aqui fizemos
E não ficaremos pra ver o fruto brotar
A água secar
E o rio então chegar ao mar
Iremos antes do fim
No meio do filme
Ao começar o show
Iremos embora
Expulsos pela força da morte
Tragados pela paciência do tempo
Fim que se inicia no começo
Começo que dura pouco
Meio que não sabe quando começar
E por fim nem chega a se apresentar
Terminamos sem sentido nem razão
Assim como as palavras aqui escritas
Que serão apreciadas, ignoradas
Mas que ao serem observadas serão acompanhadas
Por milhares de começos, por milhares de finais
De pessoas simplesmente mortais
E por fim só restam...
Palavras, apenas palavras
Que mesmo com o final
Serão eternizadas